Compreender os aspectos psicobiológicos e a sua importância na relação com os exercícios físicos possibilita um melhor aproveitamento do treinamento e um reflexo positivo na qualidade de vida do ser humano. Cientistas descobriram que a prática orientada de exercício físico traz resultados positivos não somente ao sono e aos seus possíveis distúrbios, mas também aos aspectos psicológicos e aos transtornos de humor, como a ansiedade e a depressão, e aos aspectos cognitivos, como a memória e a aprendizagem. Contudo, há indivíduos que se envolvem na prática de exercícios físicos com tal intensidade e/ou freqüência ou, ainda, fazem uso de recursos ergogênicos que podem trazer prejuízos à saúde, como, por exemplo, o usuário de esteróides anabolizantes. O exercício físico provoca alterações fisiológicas, bioquímicas e psicológicas, portanto, pode ser considerado uma intervenção não-medicamentosa para o tratamento de distúrbios relacionados aos aspectos psicobiológicos. OS RITMOS BIOLÓGICOS E O EXERCÍCIO FÍSICO O organismo humano tem grande capacidade de adaptação às tarefas impostas a ele. Porém, existem períodos do dia em que o rendimento é potencializado, possibilitando assim, um melhor aproveitamento do treinamento. Os ritmos biológicos podem ser considerados como o nosso relógio biológico que controla nossas atividades durante as 24 horas do dia. Cada pessoa tem um cronotipo, ou seja, um período do dia em que se sente mais alerta e disposta para a realização das tarefas. O matutino acorda cedo e com disposição, com o passar do dia apresenta diminuição do estado de alerta e sente sono mais precocemente. No caso do vespertino, que acorda mais tarde e menos disposto, tem nível aumentado de alerta durante a tarde e dorme mais tarde. Há também o intermediário que se posiciona entre os dois perfis. Indivíduos estressados e com dificuldade no sono devem realizar atividades matinais quando o cortisol é liberado e portanto, não vai atrapalhar o sono noturno, e também vai melhorar seus ajustes durante o dia pelo efeito de diminuição do estresse pós-exercício. Para adequar os melhores horários de treinamento seguem algumas sugestões: - 10 às 12 horas: Capacidades cognitivas e capacidade de trabalho intelectual aguçadas, tendo grande vantagem para o aprendizado de novas técnicas de exercícios. Excelente horário para quem sofre de distúrbios hormonais relacionadas ao estresse. - 16 às 18 horas: Capacidades de força, velocidade, mobilidade articular e coordenação estão prontas para receber os estímulos do treinamento - 18 às 19 horas: melhor momento para trabalhar a capacidade de resistência com exercícios aeróbios Referências bibliográficas: Minati, Alessandra, Marcos Gonçalves Santana, and Marco Tulio Mello. "A influência dos ritmos circadianos no desempenho físico." Rev. bras. ciênc. mov 14.1 (2006): 75-86. Platonov, Vladimir. Treinamento desportivo para nadadores de alto nível. Phorte, 2005. Reilly T. Circadian variation in ventilatory and metabolic adaptations to submaximal exercise. Br J Sports Med. Br J Sports Med. 1982; 16:115-116. Weineck J. Biologia do esporte. 7ª ed. Barueri, SP: Manole, 2005. Teixeira, C. V. L. S., and D. P. Guedes Jr. "Musculação perguntas e respostas: as 50 dúvidas mais freqüentes nas academias." São Paulo(2010).