22/02/2019 às 10h07min - Atualizada em 22/02/2019 às 10h07min

PF apura tentativa de obstrução em investigação da morte de Marielle

Dá evidência a outra hipótese para o homicídio, envolvendo políticos da Assembleia Legislativa do Rio - ainda sem detalhamento

Agência Estado
Foto: Reprodução
Uma operação da Polícia Federal deflagrada nesta quinta-feira, 21, no Rio para cumprir oito mandados de busca e apreensão colocou sob dúvida a principal linha de investigação da Polícia Civil para o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL) e do motorista Anderson Gomes. 

A ação apura supostas tentativas de obstrução das investigações do crime - que completa um ano no dia 14 de março. Também dá evidência a outra hipótese para o homicídio, envolvendo políticos da Assembleia Legislativa do Rio - ainda sem detalhamento. 

A PF não divulgou o nome das oito pessoas que foram alvo dos mandados. Segundo a TV Globo, porém, uma das buscas e apreensões ocorreu na casa do ex-deputado estadual e conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado do Rio Domingos Brazão. Outras duas teriam ocorrido nas casas do delegado da Polícia Federal Hélio Kristian de Almeida e do ex-agente da PF Gilberto Ribeiro da Costa. Os dois têm estreitas ligações com Brazão, segundo policiais. 

Outro alvo da ação foi o policial militar ouvido na investigação da Polícia Civil como testemunha-chave do caso. Esse PM apontou Orlando Araújo, o Orlando de Curicica (acusado de ser miliciano e preso no Rio Grande do Norte), e o vereador no Rio Marcello Siciliano (PHS) como envolvidos na morte de Marielle e Anderson.

Siciliano e Curicica sempre negaram participação na morte da vereadora. A reportagem não conseguiu localizar os investigados na operação. 

A PF começou sua apuração em novembro de 2018, depois de receber denúncias de que agentes do Estado teriam agido para prejudicar as investigações do caso, a cargo da Delegacia de Homicídios da capital, da Polícia Civil. A entrada da PF no caso foi determinada pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge. 

Grilagem

Em dezembro, o general Richard Nunes, então secretário de Segurança Pública do Rio, disse que Marielle havia sido morta porque milicianos acreditaram que ela poderia atrapalhar negócios ligados à grilagem de terras na zona oeste do Rio. Segundo ele, o crime foi planejado desde 2017. 

Colegas de Marielle sempre disseram estranhar a hipótese para o crime investigada pela polícia, pois, segundo eles, a vereadora não tinha atuação nessas disputas localizadas. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
 

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