21/10/2017 às 11h14min - Atualizada em 21/10/2017 às 11h14min

Colegas relatam que atirador e adolescente morto eram amigos

Estadão Conteúdo
Foto: Ronaldo Matias/Twitter/Reprodução
Colegas e familiares do adolescente João Vitor Gomes, de 13 anos, estão presentes no velório do estudante morto na sexta-feira (20) dentro de sala de aula, no Colégio Goyases, em Goiânia. No início da manhã deste sábado (21), a família do estudante rezava um terço na sala onde o corpo é velado. Uma missa foi celebrada. O enterro deve ocorrer ainda na manhã de hoje (21). O garoto foi morto após seu colega, um adolescente de 14 anos abrir fogo dentro do colégio particular e teria agido motivado por bullying.

A estudante A.L, de 13 anos, que estuava na mesma sala de João Vitor, fala sobre como um garoto tímido, mas brincalhão. "Ele não se soltava muito com quem se não era muito próximo", disse. Os estudantes do Colégio Goyases, onde ocorreu o atentado, foram primeiro ao velório de Joao Pedro Calembo, de 13 anos, e em seguida foram ao enterro de João Vitor. 

Dois adolescestentes de 12 e 13 anos afirmam que João Vitor Gomes, de 13 anos, morto ontem com um tiro na cabeça no Colégio Goyases, em Goiânia, eram amigos do adolescente dee 14 anos suspeito de ter cometido o atentado que deixou mais um estudante morto e quatro feridos. "Ele agia normal. Não fazia nada que parecia que fosse matar", conta V.A.S, 14.

O estudante F.Q, de 12 anos, estuda na sala de 8° ano do colégio particular, onde houve o atentado no final da manhã de sexta-feira (20), também relata que o adolescente suspeito do atentado não aparentava ter raiva de ninguém. O garoto conta que há pouco tempo começaram a chamar o adolescente de "fedido". De acordo com ele, na sexta-feira João Pedro Calembo, também morto com um tiro na cabeça, levou um desodorante para a sala de aula "O João jogou um desodorante nele. Aí o atirador xingou o João Pedro. Achei que tinha passado, que ele não ia ligar"; disse.

Os estudantes estão no velório de João Vitor Gomes, no Cemitério Jardim das Palmeira, onde estão presentes mais colegas e familiares do adolescente. O enterro deve ocorrer às 11 horas deste sábado (21). V.A.S diz ser o melhor amigo de João Vitor. Eles estudavam juntos desde o 1° ano do ensino fundamental no mesmo colégio, junto com o adolescente suspeito. A mãe de V. conta que o estudante morto era muito educado e os pais extremamente protetores. "Eles tinham muito cuidado com ele. E aí acontece uma coisa dessa na escola", disse.

Nazismo e Satanismo

O estudante F.Q conta que o adolescente suspeito de ter cometido o atentado idolatrava Hitler. "Um dia ele veio fantasiado de Hitler, ano passado. Era uma atividade de entrevista na escola, disse. F diz ainda que o jovem chegou a levar um livro satanista para a escola e ler em voz alta. A versão é a mesma de outras duas adolescentes que também estudavam na mesma sala de 8°ano.

 
Vítima de atirador de Goiânia está em estado grave e respira por aparelhos

Três adolescentes seguem internados no Hospital de Urgências de Goiânia (HUGO) após terem sido baleados por um colega de classe na manhã de sexta-feira, 20, em Goiânia. Segundo informações da instituição, uma das vítimas, uma garota de 14 anos, está em estado grave e permanece sedada e respirando com o auxílio de aparelhos na Unidade de Terapia Intensiva (UTI)

Outra garota está internada no Hospital de Acidentados de Goiânia, que não obteve autorização para divulgar o estado de saúde, e dois adolescentes estão internados no HUGO em estado regular. Um garoto e uma garota, ambos com 13 anos, eles estão conscientes e respiram sem o auxílio de aparelhos. 

Os quatro adolescentes foram baleados por um colega de 14 anos dentro da sala de aula na escola Colégio Goyases. Filho de policiais militares, ele usou a arma da mãe, levada à escola particular escondida dentro de uma mochila. Segundo a Polícia Civil, o rapaz sofria bullying e o crime foi premeditado.

O jovem realizou os disparos dentro da classe, em um intervalo entre aulas, e foi imobilizado por uma coordenadora e por colegas quando tentava recarregar a arma. Um dos mortos, com um tiro na cabeça, foi um suposto desafeto do garoto, identificado como João Pedro Calembo, de 13 anos. Depois, segundo relato do próprio atirador à polícia, ele perdeu o controle e sentiu vontade de matar mais, atingindo outros colegas.

Também morreu com um tiro na cabeça João Vitor Gomes, de 13 anos, considerado amigo do autor dos disparos, segundo colegas ouvidos pelo Estado. João Pedro e João Vitor morreram ainda na sala de aula.

Ao ser imobilizado, o garoto ameaçou se matar, apontando a pistola .40 para a cabeça. Após ser convencido pela coordenadora, ele travou a arma e pediu que chamassem a polícia. A turma, de 8.º ano do ensino fundamental, tem 30 estudantes.



 
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