25/09/2017 às 09h47min - Atualizada em 25/09/2017 às 09h47min

​Setembro de 2017 tem recorde histórico de queimadas no país

Fernanda Nastrini
Redação
Ilustração/Internet
Há uma semana para encerrar o mês, setembro de 2017 já bateu o recorde de queimadas no país, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, nos últimos 3 meses, a explosão de focos de incêndio bateu recorde e perde apenas para o ano de 2010.

O Estado mais crítico com queimadas é o Pará. Apenas neste mês de setembro foram registrados mais de 22 mil focos de incêndio, um aumento de 462% em relação ao mesmo mês do ano passado, segundo o instituto. Como efeito de comparação, em todo o ano de 2016, foram 29 mil focos no estado. 

Já em Mato Grosso, mesmo com o período proibitivo para queimadas implantado pelo governo, novos focos são registrados a toda hora. Outro estado bem crítico é Tocantins, que tem registrado em média 25 focos de incêndio a cada hora. Já são 9.109 pontos de calor detectados pelos satélites em setembro. Um incêndio no Parque Nacional do Araguaia já destruiu 70% de sua área. O fogo se alastrou tanto que brigadistas desistiram de combate-lo.

Segundo o pesquisador Alberto Setzer, responsável no Inpe pelo monitoramento de queimadas no país, dois fatores explicam a alta no dado: a estiagem prolongada em boa parte dos estados e a ausência de fiscalização. “Em algumas áreas do Centro-Oeste, não cai uma gota de chuva há quatro meses. E o tempo seco propicia a propagação do fogo. O outro problema diz respeito à brecha que existe entre uma legislação muito bem construída que proíbe essa prática nas áreas e o controle que é feito”, afirma Setzer complementando que ainda falta punição. “Os estados até se organizaram muito bem neste ano com protocolos, campanhas. Mas a população não levou isso em conta. Então não adianta todo o trabalho de educação”, finaliza. 

Através do monitoramento por satélite do Inpe é possível diagnosticar todos os focos de incêndio que tenham pelo menos 30 metros de extensão por 1 metro de largura. Os dados começaram a ser coletados em 1999.

No Estado de São Paulo, a situação não é diferente. Segundo o instituto, de janeiro até agora já foram registrados 4.602 focos de queimadas, ou seja, é 74% maior que no mesmo período do ano passado quando houve 2.649 focos. No ano de 2014 em que o Estado ficou 45 dias sem uma gota de chuva, foram 3.671 queimadas registradas de janeiro a setembro. Somente este mês, foram registradas 2.253 queimadas no Estado.

AMERICANA


"Estamos em uma época de baixa umidade do ar e poucas chuvas, sendo responsável, juntamente com a temperatura, pelo teor de umidade do material combustível. Quando a umidade do ar está abaixo dos 30% é muito difícil combater as queimadas", afirmou a coordenadora da Unidade de Educação Ambiental. "Nesse período, o clima seco, a baixa umidade do ar, a falta de chuvas, o frio e a poeira são fatores que influenciam negativamente na saúde humana e as queimadas agravam muito esse quadro"

As queimadas são, muitas vezes, uma questão cultural, podendo ocorrer de forma criminal ou acidental, por exemplo, quando uma pessoa passa e joga uma bituca de cigarro em um terreno baldio. As ações de sensibilização visam conscientizar as pessoas dos malefícios que causam as queimadas e o descarte irregular de resíduos para o meio ambiente e a saúde. 

Denúncias
Denúncias de  queimadas podem ser feitas por meio do SAC (Serviço de Atendimento ao Cidadão), no telefone (19) 3475-9024, na Unidade de Limpeza Pública, no telefone (19) 3405-9444, na Secretaria de Meio Ambiente, no 3471-7770, no GPA (Grupo de Proteção Ambiental), nos telefones 153 e (19) 3407-0513. As denúncias podem ser feitas, inclusive, por meio de fotografia, com multa aplicada.

As infrações referentes a queimadas são passíveis de multa no valor R$667,77.
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