21/09/2017 às 06h51min - Atualizada em 21/09/2017 às 06h51min

Setembro Amarelo faz alerta para prevenir suicídios

Fernanda Nastrini
Redação
Divulgação

A cada 40 segundos uma pessoa tira a sua própria vida, ou seja, todos os dias 32 brasileiros se matam. Em um ano o número chega a quase 1 milhão de suicídios. E, para cada morte por suicídio, existem outras 10 ou 20 pessoas que já tentaram fazer o mesmo. Diante dessa estatística, o Centro de Valorização da Vida, CVV, criou o setembro Amarelo para falar do assunto que ainda segue silenciado, escondido e pouco discutido. No Brasil o número de mortes aumentou 34%, enquanto que em outros países houve redução nos casos de suicidas. Entre adolescentes de 10 a 14 anos, o aumento chegou a 40%, de acordo com o último levantamento do Mapa da Violência.

Em Santa Bárbara e Americana o movimento foi aderido pelas prefeituras que promovem atividades alusivas ao Setembro Amarelo, nas UBS’s (Unidades Básicas de Saúde) com decoração especial, entrega de materiais informativos e Salas de Espera Ativa voltadas ao tema. Além disso estão sendo realizadas diversas atividades de sensibilização e prevenção ao suicídio.
 
Nesta quinta –feira (21), com o tema "Prevenção de Suicídio: Valorização da Vida", a Prefeitura de Santa Bárbara promove a partir das 8 horas, na Praça Coronel Luiz Alves (Central), evento alusivo ao Movimento Setembro Amarelo. A ação gratuita e aberta à população terá apresentações de danças, coral e vivência com a participação das unidades do CRAS (Centros de Referência de Assistência Social), ONGs do município e Coral das Avencas.

O Município não tem balanço dos casos registrados, mas a Prefeitura oferece tratamento nos serviços de Saúde Mental, além de acolhimento nas UBS (Unidades Básicas de Saúde) e atendimento para os casos de urgência nos Prontos-Socorros.

Já em Americana, integrando as ações de mobilização do Setembro Amarelo, foi realizada ontem pela manhã (19/9) uma capacitação sobre prevenção ao suicídio para um grupo de aproximadamente 40 profissionais, entre médicos, enfermeiros, agentes de saúde, técnicos, auxiliares e recepcionistas. O evento aconteceu no auditório da Secretaria de Saúde e teve a parceria do CVV (Centro de Valorização da Vida). A capacitação teve como finalidade orientar profissionais para identificar indivíduos em situação de risco iminente de praticar suicídio. Para Léa Amabile, o que leva um indivíduo a cometer suicídio são situações multifatoriais, mas que a depressão, o envolvimento com drogas e problemas de relacionamento social e familiar se configuram entre as mais comuns. 

Em Americana, de acordo com dados da Vigilância Epidemiológica, somente este ano sete pessoas cometeram suicídio e 57 tentaram dar fim à vida. Em 2016 as mortes por suicídio foram 16, com 76 tentativas notificadas. Segundo as estatísticas oficiais, quem mais comete suicídio é o indivíduo do sexo masculino, com idade entre 20 e 40 anos. Já em relação à tentativa, as mulheres aparecem em maior número, sendo entre 19 e 50 anos a faixa etária com maior incidência, prevalecendo entre os 35 e 49 anos a maior quantidade de tentativas. 

Organização Mundial de Saúde (OMS), afirma que 90% dos suicídios poderiam ser evitados

O suicídio costuma vir acompanhado de um fator que contribui para o seu alastramento: o silêncio. Falar sobre quem se matou ou tentou se matar não é nada agradável, porém entender os fatores que levam ao suicídio seja a única arma para combate-lo. “Tenho 35 anos de profissão e observo hoje cada vez mais jovens com depressão”, diz o psiquiatra Neury Botega, professor do Departamento de Psicologia Médica e Psiquiatria da Unicamp. “Antes atendíamos pessoas com a doença já na casa dos 40. Hoje atendemos adolescentes deprimidos.”

Recentemente um jovem chamou atenção para o tema: o jogo Baleia Azul. Noticiado pela primeira vez na Rússia, um moderador distribui missões mórbidas em um grupo secreto de Facebook, em que o desafio era acabar com a própria vida, como automutilação, subir no alto de um prédio ou ir a uma estrada de ferro de madrugada. O nome do jogo da Baleia Azul, se deve ao comportamento supostamente suicida de baleias que se jogam nas praias, encalham e morrem. 
No início de abril deste ano, uma menina de 16 anos foi encontrada sem vida em uma represa no interior do Mato Grosso, com sinais que remetiam ao Baleia Azul: cortes nos braços e pernas – além de uma lista de tarefas com cronograma e regras do desafio. Ainda não existe um número preciso de vítimas no Brasil, mas os Estados de Goiás, Mato Grosso, Bahia, Minas Gerais e Paraná estão investigando mortes de jovens para descobrir se há ligações com a “brincadeira”.

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