10/01/2020 às 14h15min - Atualizada em 10/01/2020 às 14h15min

3 pastores brasileiros são presos em Portugal acusados de tráfico de pessoas

Cerca de 30 brasileiros que viviam em condições precárias foram resgatados; igreja e identidade dos religiosos não foram divulgadas

Felipe Cordeiro, O Estado de S.Paulo
Agência Estado
A maioria dos brasileiros que vivia em condições precárias se encontrava em situação irregular em Portugal Foto: Rafael Marchante/Reuters
O Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) de Portugal prendeu nesta quinta-feira, 9, na cidade da Amadora, na Grande Lisboa, três pastores evangélicos brasileiros - dois homens e uma mulher - acusados de ter praticado tráfico de pessoas e auxílio à imigração ilegal.

O SEF cumpriu ainda cinco mandados de busca e apreensão.
 

Segundo o órgão, foram resgatados cerca de 30 cidadãos brasileiros, entre eles crianças, que viviam em "condições muito precárias". A maioria se encontrava em situação irregular em Portugal e havia migrado para o país atraída pela organização religiosa brasileira.

O órgão português não divulgou o nome da igreja nem a identidade dos pastores detidos. Ao todo, 55 agentes participaram da operação desta quinta.

"Para além das condições de trabalho, alojamento e salubridade em que foram detectados, os cidadãos estrangeiros, entre os quais crianças, eram sujeitos ao pagamento de quantias de dinheiro para a organização religiosa", afirmou, em nota, o SEF.

O diretor central de investigação do órgão, Gonçalo Rodrigues, disse, em entrevista ao jornal português Público, que as apurações começaram há três meses após uma denúncia sobre atividades "enquadradas na prática de tráfico de seres humanos". 

Segundo Rodrigues, os investigadores apontaram como precárias as condições do alojamento, a "forma como as pessoas viviam ali" e o fato de "o rendimento que deviam supostamente auferir" regressar à igreja.

"Havia ali claramente indícios de exploração", afirmou o diretor do SEF ao jornal português.

O trio de pastores foi interrogado nesta sexta-feira, 10, pela Justiça portuguesa. O SEF informou que as investigações seguem em andamento.


 
Notícias Relacionadas »
Comentários »