20/12/2018 às 14h11min - Atualizada em 20/12/2018 às 14h11min

MP cumpre mandados e vê ex-cartolas do Inter agirem como 'organização criminosa'

Os cartolas são investigados por suspeitas de desvio de recursos e diversos outros crimes

Agência Estado
Fotos: Marjuliê Martini/MPRS
O Ministério Público do Rio de Grande do Sul (MP-RS) cumpriu 20 mandados de busca e apreensão em residências e empresas de Porto Alegre, Eldorado do Sul e Viamão ligadas a ex-dirigentes do Internacional, entre eles o ex-presidente Vitorio Piffero. Os cartolas são investigados por suspeitas de desvio de recursos e diversos outros crimes durante a gestão de Piffero, nos anos de 2015 e 2016.

Em entrevista coletiva realizada no início da tarde desta quinta-feira, representantes do MP qualificaram a ação dos dirigentes como uma organização criminosa, com braços nos principais setores do clube e com participação direta do ex-presidente. 

Também são investigados o ex-vice de finanças Pedro Affatato, o ex-vice de administração Alexandre Limeira, o ex-vice de patrimônio Emídio Marques Ferreira, o ex-vice de futebol Carlos Pellegrini e o ex-vice jurídico Marcelo Domingues de Freitas e Castro.

Segundo o MP, as irregularidades englobam desvio de recursos para obras que nunca foram realizadas, superfaturamento de gastos, como a compra de passagens aéreas, e pagamento de propina na contratação de jogadores, além de acordos trabalhistas com jogadores prejudiciais ao clube em favorecimento de terceiros. As suspeitas se tornaram públicas em 2017, após um relatório de uma auditoria contratada pelo clube apontar indícios de irregularidades nas contas.

"O Inter, além de colaborar durante a investigação inteira, é vítima de todos esses fatos. Estávamos diante de uma organização criminosa. A partir do momento em que o clube tem em todos os braços importantes do clube, o patrimonial, o financeiro, o jurídico e o esportivo, esse tipo de desvio, havia organização criminosa. E a participação do presidente", afirmou o promotor Flávio Duarte, coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do MP. 

"Não se imagina que cada um dos dirigentes estivesse agindo por conta própria, sem a ciência. Principalmente um presidente que era participante. Participava do futebol, chegou a exercer o cargo na própria gestão. Tinha participação em todas as esferas em que constatamos as fraudes", reforçou o representante do Ministério Público.

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