24/10/2018 às 14h40min - Atualizada em 24/10/2018 às 14h40min

Ponte-pretanos pegam 19 anos de prisão por morte de torcedor do Guarani em 2012

Após os jogos, o torcedor do Guarani foi agredido com pedras e barras de ferro próximo à avenida Ayrton Senna e precisou ser internado em estado grave no hospital Mário Gatti, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte cerebral confirmada três dias depois

Agência Estado
Foto: Reprodução
A Justiça deu um exemplo contra a violência no futebol. Em um julgamento que começou às 10 horas da manhã de terça-feira e terminou só por volta de meia-noite, em Campinas (SP), quatro torcedores da Ponte Preta foram condenados em primeira instância a 19 anos de prisão em regime fechado pela morte de Anderson Ferreira, de 28 anos, torcedor do Guarani. O crime aconteceu em 2012 após dérbis das categorias de base no estádio Brinco de Ouro da Princesa. O advogado dos réus já adiantou que vai recorrer da decisão.


 

O crime aconteceu em 15 de março de 2012. Anderson Ferreira estava no estádio para acompanhar dois duelos entre os times sub-15 e sub-17. Após os jogos, o torcedor do Guarani foi agredido com pedras e barras de ferro próximo à avenida Ayrton Senna e precisou ser internado em estado grave no hospital Mário Gatti, mas não resistiu aos ferimentos e teve a morte cerebral confirmada três dias depois.

Rodrigo de Aguiar Lopes, Jesserson Nery da Silva, Paulo Henrique de Souza Pires Sigoli e Valdir Bajano Junior foram condenados a 19 anos de prisão em regime fechado. Como a condenação é em primeira instância, os réus podem recorrer da decisão em liberdade.

A decisão foi tomada em júri popular e a pena aplicada pelo juiz José Henrique Rodrigues Torres, da 1.ª Vara de Júri de Campinas. Para o promotor Luis Buratto, a punição serve de exemplo para "coibir a violência descabida entre torcedores de futebol que, muitas vezes, se juntam em grupos para cometer delitos e até crimes".

O advogado Cléber Ruy Salerno, que representa Aguiar, Paulo Henrique, Júnior e Silva, já avisou que vai recorrer: "Entendemos que a decisão não condiz com a justiça. Todas as provas anexadas nos autos são testemunhas. Só que as testemunhas de acusação eram todos torcedores da Ponte Preta, inclusive ex-presidentes de torcida organizada, enquanto nós trouxemos provas idôneas, imparciais. A decisão dos jurados não foi unânime, podemos dizer que foi páreo a páreo, então só aumenta nossa convicção de recorrer da decisão. Não há prova contra os réus", concluiu.

Outro julgamento está marcado para o dia 13 de novembro, com outros três torcedores da Ponte Preta também acusados de participar do mesmo crime.

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