15/06/2018 às 17h51min - Atualizada em 15/06/2018 às 17h51min

Postagem sobre ansiedade feita por moradora de Nova Odessa viraliza na Internet

Amanda Sabino - [email protected]
Foto: Reprodução Facebook
Desde agosto de 2017, Luana Priscila Souza, de 36 anos, sofre com crise de ansiedade. Recentemente, Luana fez um post em seu perfil do Facebook falando sobre o assunto, os sintomas e a dificuldade de quem sofre com o problema. A publicação já teve quase 186 mil compartilhamentos e 10 mil curtidas.
 
Em contato com o Portal Atualidade, a assistente administrativo contou que não esperava tamanha repercussão. “O post que foi publicado por mim em modo público, como tudo em meu perfil, teve mais de 180 mil compartilhamentos. Então, eu percebi que essa era uma doença que atingia muitas pessoas”.
 
A postagem, feita no dia 15 de fevereiro, traz uma imagem com as definições sobre ‘o que as pessoas entendem por ansiedade’ e ‘o que realmente é ansiedade’. “Se as pessoas soubessem o quanto é sério...o quanto é triste ter crises de ansiedade e ouvir: vai lavar um tanque de roupa que passa. Enfim, quem não conhece, não sente e não vê a ansiedade não pode falar e julgar quem vive com isso! Eu não desejo a ninguém”, escreveu Luana no post.
 
A mulher, que é moradora de Nova Odessa, também contou que ganhou mais de 10 mil seguidores na rede social e passou a receber diversas mensagens in box de pessoas de todo o país falando sobre ansiedade. “Desde março minha rotina mudou muito por causa desse post. Já me pediram para gravar vídeos e, até mesmo, para eu criar um canal no YouTube. Trocar ideias e conversar ajuda muito quem sofre e só quem sente ou já sentiu na pele o que é uma crise dessas pode falar sobre o assunto. Já ajudei e continuo ajudando muitas pessoas”, contou.
 
De acordo com Luana, a publicação foi feita numa madrugada em que estava lendo sobre ansiedade e encontrou uma imagem sobre o assunto que definia exatamente o que ela sentia. “Eu estava lendo sobre ansiedade e vi esse post na internet e ele definia muito bem tudo que eu sentia e ouvia por aí. Várias pessoas já me disseram que sou muito impaciente, que tudo para mim tinha que ser na hora, que sou muito ansiosa, agitada e ligada no 220 e nada disso tinha a ver com o que eu sentia”, explicou.
 
Crises
Em agosto de 2017 Luana teve sua primeira crise de ansiedade, mas não sabia do que se tratava. “Meu coração disparou, minha boca ficou torta, eu comecei a chorar e não conseguia puxar o ar de volta, sentia medo ao mesmo tempo, e uma sensação muito ruim. A dor no peito era tão grande que eu pensei que fosse morrer. Depois de quase 20 min sentindo tudo aquilo, consegui sair do lugar e ir até o banheiro. Fiquei lá por mais de 2 horas, consegui chorar e me acalmar, a dor foi diminuindo e meus batimentos foram voltando ao normal. Tomei dois analgésicos, deitei e dormi por 3 horas, quando acordei já estava chorando de novo. Eu estava sozinha em casa. Liguei para uma amiga e comecei a falar o que estava acontecendo e, na medida que eu contava, era como se eu fosse esvaziando e fui melhorando”, detalhou.
 
Segundo Luana, que também sofre de insônia, em setembro do mesmo ano ela teve uma outra crise, dessa vez pior do que a primeira. Ela foi levada ao hospital, medicada e recebeu orientações médicas, além de começar a tomar medicação com frequência para amenizar as crises. A última crise de Luana aconteceu em janeiro e durou cerca de três dias.
 
“Eu comecei a conversar com uma psicóloga e ela me ajudou muito. Conversar ajuda a ‘esvaziar o saco e limpar o pote’ e era assim que ela me ajudava. Isso me salvou. Eu pude sair de uma situação ruim por vontade própria e isso foi muito legal, pois as pessoas sentem medo de lidar com a verdade, não enfrentam seus medos e acabam camuflando o que sentem e fantasiam coisas que não existe”, disse.
 
 

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