A Secretaria de Saúde de Americana informou na tarde desta terça-feira (29) que o município vive um surto de febre maculosa, doença causada pelo carrapato estrela. Das seis mortes suspeitas da doença registradas em Americana este ano, cinco foram confirmadas pelo Instituto Adolfo Lutz. O caso de uma menina de 7 anos, moradora de Americana que morreu em maio com suspeita de febre maculosa, segue em investigação.
Segundo o médico infectologista Arnaldo Gouveia Júnior, o fato de acontecerem cinco casos em um mês já pode ser considerado um surto. “Normalmente, temos de uma a três mortes por ano em função da doença. Mas cinco mortes em apenas um mês é um surto. O que preocupa é que normalmente os aumentos nos casos começam em junho e vão até outubro e este ano está antecipado, assim como a seca também antecipou”, disse.
O coordenador da Vigilância Epidemiológica, Antonio Donizete de Paula, explicou que as medidas adotadas pela prefeitura são a colocação de placas nas áreas de risco, onde há matas ciliares e, consequentemente, capivaras e carrapatos, como as áreas próximas ao Ribeirão Quilombo e Rio Piracicaba, especialmente a Avenida Bandeirantes e o Casarão do Salto Grande. “As placas já existem em todas as margens dos rios, estamos orientando. Ninguém pode ir para a mata ciliar, onde tem capivaras e o risco de contrair a doença é grande. Pedimos para que todos evitem ir a esses locais e, caso seja extremamente necessário frequentar essas áreas, que as pessoas se protejam com botas e vestimentas necessárias para evitar os carrapatos”, disse.
Ainda de acordo com o coordenador, a prefeitura não pode tomar nenhuma medida para eliminação dos carrapatos ou das capivaras, que são criadouros do carrapato. “O IBAMA e a Polícia Florestal não recomendam a aplicação de veneno, pois isso acaba com o ecossistema. Também não há o que possamos fazer em relação às capivaras, que são animais silvestres”, afirmou.
Em 2015 e 2016 Americana não teve mortes causadas pela febre maculosa, de acordo com a Vigilância Epidemiológica. No ano passado apenas uma morte pela doença foi registrada no município.
Foto: Amanda Sabino / Portal Atualidade
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