21/02/2018 às 13h34min - Atualizada em 21/02/2018 às 13h34min

Brasil confirma caso de sarampo após 3 anos sem a doença

Agência Estado - [email protected]
Foto: Cesar Brustolin/SMCS
Livre do sarampo há quase três anos, o Brasil informou na terça-feira, 20, ter registrado um caso confirmado da doença e outros sete suspeitos no Estado de Roraima, diz o jornal O Estado de São Paulo na edição desta quarta-feira (21). Sete registros - entre eles o caso confirmado em um bebê - são de cidadãos venezuelanos que migraram para o Brasil afetados pela crise no país vizinho, onde surtos de sarampo e malária são realidade. A doença também é investigada em um bebê brasileiro, morador de Boa Vista.

Os dados causaram alerta no Ministério da Saúde diante da possibilidade da expansão do vírus entre imigrantes e brasileiros não vacinados. A preocupação se justifica principalmente pelo fato de a cobertura da vacina tríplice viral (que protege contra o sarampo) estar abaixo do esperado em várias regiões do País. Em Roraima, apenas 84% do público-alvo recebeu as duas doses da vacina no ano passado, enquanto a meta é imunizar 95% desse grupo.

"Essa é uma doença altamente contagiosa, com facilidade de provocar surtos. Mesmo que tenhamos cidades ou áreas com altas coberturas, alguns bolsões com baixo índice de vacinados podem registrar surtos", alerta a médica Isabella Ballalai, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIm).

A ameaça, caso se concretize, também pode fazer o Brasil perder o certificado de eliminação do sarampo, emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 2016.

Dados do ministério mostram que apenas um Estado brasileiro - o Ceará - registrou cobertura dentro da meta no ano passado (98%). Em todas as outras unidades da federação, a taxa é inferior a 95%, chegando a apenas 51% no Maranhão e no Rio Grande do Norte, Estados com as menores coberturas. Na média do País, apenas 68% do público-alvo tomou as duas doses da tríplice viral em 2017.

Em São Paulo, o índice de vacinados ficou em 64% em 2017. A Secretaria da Saúde paulista informou que a doença está controlada e não há registro de casos desde 2015.
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