24/01/2018 às 18h16min - Atualizada em 24/01/2018 às 18h16min

Cremesp vai investigar médico acusado de falha em atendimento a bebê barbarense que morreu

Criança de seis meses foi liberada pelo profissional um dia antes de sofrer duas paradas cardiorrespiratórias, segundo a mãe

Rodrigo Pereira - [email protected]
Redação
Segundo a mãe, médico do PS citou que a bebê tinha uma reação a vacina, cólica e gases. Fotos: Divulgação

O Cremesp (Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo) informou hoje (24) que abrirá sindicância para investigar um caso em que um médico do PS (Pronto-Socorro) Dr. Édison Daniel dos Santos Mano é acusado de falha no atendimento a um bebê de seis meses, de Santa Bárbara d’Oeste, que morreu com suspeita de meningite no último sábado (20). A mãe de Maisa Kailaine Geraldo de Oliveira relatou em BO (boletim de ocorrência) que o profissional alegou que a criança teve uma reação a vacina, cólica e gases, receitou um remédio e a liberou, mas que o quadro não melhorou ela teve duas paradas cardiorrespiratórias no dia seguinte.

“A sindicância é uma etapa preliminar para averiguação dos fatos denunciados, coleta de provas (prontuários, receitas, laudos e outros documentos), manifestação escrita e, sempre que necessário, audiência com os envolvidos. Se durante a fase de sindicância forem constatados indícios de infração ética, que consiste no descumprimento de algum artigo do Código de Ética Médica, passa-se à segunda fase: a instauração do processo ético-profissional. Sem indícios, a denúncia é arquivada. A sindicância leva, em média, de seis meses a dois anos para ser concluída e tramita em sigilo processual, garantido por lei”, comunicou o conselho, por meio de assessoria de imprensa.

De acordo com a entidade, na fase processual, após a notificação do médico acusado, denunciante e denunciado têm asseguradas iguais oportunidades de apresentar provas de acusação e de defesa, inclusive com a opção da presença de advogados, rito previsto no Código de Processo Ético Profissional. Concluída a fase de instrução do processo ético-profissional, o próximo passo é o julgamento, realizado pelas Câmaras de Julgamento do Cremesp, cujo resultado deve ser homologado pela Plenária de Conselheiros.

Se culpado, o profissional receberá uma das cinco penas disciplinares aplicáveis, previstas em Lei, pela ordem de gravidade: advertência confidencial em aviso reservado; censura confidencial em aviso reservado; censura pública em publicação oficial; suspensão do exercício profissional por até 30 dias; ou cassação do exercício profissional.

ACUSAÇÃO

Mãe de Maisa, Vanessa Cristiane Geraldo, 34, afirmou no dia da morte que o médico “não examinou direito” sua filha e no Hospital Estadual de Sumaré, para onde a criança foi levada posteriormente, ficou constatado caso de meningite. A assessoria de imprensa do hospital comunicou que não divulga informações de atendimento a crianças.

"A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d’Oeste informa que a paciente foi prontamente atendida pela equipe socorrista e de enfermagem juntamente com pediatra retaguarda de plantão. Por conta do caso, imediatamente a Secretaria solicitou vaga e logo em seguida a criança foi encaminhada a UTI Neonatal do Hospital Estadual de Sumaré. Além disso, a Secretaria instaurou um processo administrativo para verificação dos fatos e, se necessário, tomar as devidas providências", comunicou a assessoria de imprensa da prefeitura no dia do óbito.

A reportagem não conseguiu localizar o médico em redes sociais e catálogos telefônicos online. A reportagem ligou para a coordenação do PS questionando se o profissional gostaria de se posicionar sobre o caso, mas foi informado que a solicitação deveria ser feita por meio de assessoria de imprensa. O setor de comunicação do Executivo foi questionado se já recebeu um posicionamento do profissional sobre o atendimento, mas não houve retorno.


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