30/11/2017 às 08h57min - Atualizada em 30/11/2017 às 08h57min

MP cumpre mandados de prisão contra desvio de verbas da saúde no interior de SP

Redação / Agência Estado
Foto: Divulgação
O Ministério Público Estadual (MPE), com apoio da Polícia Militar (PM), cumpre 33 mandados de busca e apreensão e seis de prisão em cidades da região de Campinas, no interior de São Paulo. Os mandados foram expedidos em inquérito do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que apura desvio de recursos públicos destinados à saúde. 

O principal alvo da operação, segundo o MPE, é a Organização Social Vitale, que administra o Hospital Ouro Verde, um dos principais hospitais públicos de Campinas. Foram feitas buscas na sede da empresa e em órgãos municipais, inclusive a sede da prefeitura.

Conforme o Gaeco, foi apurado que a organização, que não tem fins lucrativos, é usada por gestores para obter indevida vantagem patrimonial, com o desvio sistemático de recursos públicos na área de saúde.

Há movimentação na sede do MP em Campinas, para onde estão sendo levados os documentos e materiais apreendidos. Os suspeitos detidos estão sendo levados para a 2ª Delegacia Seccional de Campinas.


NOTA DO SINDIMED CAMPINAS E REGIÃO 

Médicos de Campinas apoiam e saúdam operação do Ministério Público Estadual 
Sindimed acompanha operação “Ouro Verde" do Ministério Público contra desvios na saúde


Desde Março de 2017, quando a diretoria do Sindmed (Sindicato dos médicos de Campinas e Região) levou ao Ministério Público suas suspeitas contra a empresa que gerenciava o complexo Ouro Verde, os médicos aguardavam um desfecho como o de hoje das investigações.

A Organização Social  sem fins lucrativos (OS) Vitale, que recebe cerca de R$ 10 milhões/mês da prefeitura de Campinas para gerenciar o Complexo Hospitalar Ouro Verde, promoveu um completo desmonte do atendimento da unidade de saúde local, com a total omissão do poder público. 

Desde que assumiu a gestão, a OS promoveu o desabastecimento e  descaso com o hospital. Faltam insumos básicos para o dia a dia. De gaze a seringa. Faltam profissionais para atender adequadamente a população. Pior: falta o salário em dia para os médicos que, a despeito das adversidades, atendem o povo na unidade que fica na periferia de Campinas. 

A pergunta que levou o sindicato a fazer a denúncia judicial é: Se nunca faltou o dinheiro dos cofres públicos, por que falta tudo? A óbvia resposta, negligenciada pela poder público municipal, foi dada pelos promotores na manhã de hoje. 

A Vitale  sempre se comportou dessa forma.  Perseguiu e demitiu médicos com registro em carteira para contratar outros por “PJ”, precarizando o trabalhador. Fato questionado pela justiça do trabalho após denuncia do Conselho Regional de Medicina em conjunto com o Sindicato dos Médicos. 

Durante o ano trocou os uniformes de todos os funcionários em empresa de parente de um dos diretores da OS, mesma prática adotada em relação ao pagamento de consultorias, sempre para parentes de diretores. Um escândalo, uma farra com dinheiro público justamente na saúde, área social tão vulnerável do Estado brasileiro. 

O Sindmed Campinas seguirá atento e denunciando abusos e desvios na gestão dos recursos para saúde e defendendo a categoria médica que presta um atendimento essencial a população.

Casemiro Reis
Presidente do Sindimed

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