19/10/2017 às 09h46min - Atualizada em 19/10/2017 às 09h46min

U2 volta ao Brasil para quatro shows em São Paulo

Estadão Conteúdo
Foto: Zane Lowe/U2/Beats 1 Interview /SITE U2
O U2 está olhando para trás. Mira um passado no qual The Joshua Tree, o seminal disco lançado há 30 anos, era um tratado de amor em tempos de cólera e ódio. A Guerra Fria ainda mantinha as tensões internacionais aquecidas. Ainda havia um muro erguido em Berlim. No show que celebra as três décadas de existência do seu mais importante álbum - com mais uma daquelas turnês blockbusters com as quais a banda está mais do que acostumada - eles enfrentam a torturante noção de que o relógio girou, o tempo passou, mas o mundo se repete. 

Os tempos, em 2017, ainda são de horror. Os muros, se não foram ainda erguidos, já separam o "nós" dos "eles", em um movimento mundial ultraconservador e nacionalista. Ainda há o medo de sentir o chão tremer, como vivenciou Bono, o vocalista da banda irlandesa, ao visitar a Nicarágua e perceber estar em uma zona de guerra - os mísseis que cruzam o céu azul da canção Bullets in the Blue Sky eram de origem norte-americana, veja só que coincidência.

Bono (que já não usa o sobrenome artístico de Vox há algum tempo), The Edge, Adam Clayton e Larry Mullen trazem esse buraco no tempo e espaço para quase 300 mil pessoas em São Paulo, no encerramento da turnê Joshua Tree 2017. Ao redor do mundo, 2,4 milhões de pessoas já presenciaram o espetáculo visual e sonoro da banda. Na cidade, serão quatro noites de performances no Estádio do Morumbi, a partir desta quinta-feira, 19. Eles voltam a subir ao palco nos dias 21, 22 e 25. Embora tenham sido anunciados como esgotados, os quatro shows têm ingressos disponíveis, porque a carga de meias-entradas não foi totalmente utilizada.

Tudo nas turnês do U2 é estratosférico. Do número de público ao tamanho - e formato - do palco. Na última passagem, a banda trouxe um palco apelidado de "a garra", de 46 metros de altura (o equivalente a um prédio de 14 andares) com o valor estimado em US$ 25 milhões. Desta vez, a proposta é criar uma narrativa visual enquanto o grupo vasculha pela melancolia inerente nas canções do The Joshua Tree, como Where the Streets Have No Name, I Still Haven’t Found What I’m Looking For, With or Without You e One Tree Hill. O telão de fundo tem 80 m de comprimento e 20 m de altura, totalizando 1.600 m² de área - como um aparelho de televisão de 2.418 polegadas, em alta definição. E isso não existia em 1987.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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