16/02/2023 às 10h11min - Atualizada em 16/02/2023 às 10h11min

Câmara de Americana divulga nota de repúdio à violência política sofrida por vereadora

Redação
Divulgação


A vereadora Professora Juliana (PT), de Americana, foi vítima de crime de ódio nas redes sociais. A afirmação foi feita pela parlamentar durante a sessão ordinária do dia 14. Em um comentário no Facebook, a parlamentar teria sido chamada de “próxima Marielle”, em alusão à vereadora do PSOL, do Rio de Janeiro, assassinada em março de 2018. 

Diante do ocorrido, Juliana registrou boletim de ocorrência por ameaça na Delegacia de Defesa da Mulher de Americana. Ela também protocolou requerimento à Presidência da Comissão de Direitos Humanos e Cidadania a Procuradoria Especial da Mulher da Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo pedindo ações para enfrentamento e combate à violência política de gênero.

Nesta sexta-feira (16), a Câmara Municipal de Americana divilgou uma nota de repúdio à violência política sofrida pela vereadora. De acordo com a nota, não se pode permitir nenhum tipo de ameaça contra qualquer parlamentar, vereadores e vereadoras, ou mulheres que ocupam cargo público na cidade de Americana.

"A Câmara Municipal de Americana vem a público manifestar repúdio à violência política sofrida devido aos ataques violentos direcionados a vereadora Professora Juliana (PT). Os comentários recebidos nas redes sociais da vereadora são criminosos e configuram violência política de gênero, que é todo ato de agressão física, psicológica, simbólica ou sexual contra a mulher, com finalidade de impedir ou restringir o acesso e exercício de funções públicas e/ou induzi-la a tomar decisões contrárias à sua vontade. A parlamentar, eleita democraticamente com 1.131 votos, é a primeira mulher vereadora do Partido dos Trabalhadores a ocupar uma cadeira no Legislativo de Americana. Não podemos permitir nenhum tipo de ameaça contra qualquer parlamentar, vereadores e vereadoras, ou mulheres que ocupam cargo público na cidade de Americana. Em 2021, o Parlamento Brasileiro aprovou uma lei contra a violência de gênero na política. A Lei 14.192, de 4 de agosto de 2021, entre outras medidas, modificou o Código Eleitoral para punir o assédio, o constrangimento, a humilhação, a perseguição ou a ameaça a candidatas ou detentoras do mandato eletivo, com agravo de penas previstas quando o crime for cometido 'por meio da internet ou de rede social ou com transmissão em tempo real'. A Câmara Municipal de Americana se solidariza com a vereadora Professora Juliana e reafirma o compromisso de lutar pelo fortalecimento das políticas públicas para as mulheres e combate e enfrentamento à violência política de gênero", informou a nota.

Após tomar ciência do crime de ódio, o presidente da Comissão de Direitos Humanos da Alesp, o deputado estadual Emidio de Souza, acionou o delegado seccional Americana e o presidente da Câmara Municipal, Thiago Brochi, cobrando providências.

Nas redes sociais, o deputado se solidarizou com a vereadora. “É absurdo tentar calar uma voz que se levanta contra o golpismo com ameaças criminosas. A justiça precisa localizar esse criminoso urgente”, escreveu o parlamentar.


 
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